Quem Somos

Em 1959, com a chegada do Dr. Adib Domingos Jatene ao Instituto de Cardiologia do Estado de São Paulo, uma oficina mecânica foi estabelecida com o objetivo de desenvolver tecnologia própria. Essa iniciativa visava estudar e pesquisar materiais e equipamentos para a prática da cirurgia cardiovascular no Brasil, reduzindo nossa dependência de produtos importados.

A Oficina Experimental e de Pesquisa foi criada para realizar revisões, consertos e desenvolver acessórios e instrumentais específicos para cirurgias cardíacas. Durante a década de 1960, demos início ao primeiro projeto de uma máquina coração-pulmão artificial, também conhecida como máquina de circulação extracorpórea.

Em 1962, conseguimos criar um protótipo para uso interno no serviço de cirurgia cardíaca da instituição, marcando nossa primeira contribuição significativa em termos de tecnologia aplicada. Esse avanço tecnológico estimulou o surgimento de novos projetos e nesse período desenvolvemos diversos acessórios e instrumentos cirúrgicos.

No ano de 1964, criamos a válvula cardíaca artificial do tipo bola-gaiola (conhecida como válvula Starr Edwards).
Em 1966, produzimos o primeiro Marca-passo implantável brasileiro no Instituto de Cardiologia. Esse dispositivo foi amplamente utilizado em todo o Brasil pelos serviços de estimulação cardíaca até 1974. Além disso, em 1968, criamos um protótipo de Bomba de Assistência Ventricular Pneumática Implantável.

A década de 1970 trouxe mais avanços. Em 1970, desenvolvemos a Válvula Cardíaca Artificial biológica feita de pericárdio bovino. No ano seguinte, fabricamos o rim artificial de placas paralelas (conhecido como rim tipo Kill), que continuou sendo produzido até 1976.

Em 1974, criamos o “Oxigenador de Bolhas” descartável, utilizado não apenas em nosso Instituto, mas também em muitos outros hospitais. E, finalmente, em 1986, desenvolvemos o primeiro oxigenador de membrana descartável brasileiro e o terceiro no mundo. Esse produto foi patenteado em vários países e ainda é utilizado globalmente.

Em 1982, alcançamos um marco significativo ao desenvolver e produzir no Brasil a primeira Válvula Cardíaca Mecânica de Disco Basculante de fluxo central com disco de carvão pirolítico. Essa conquista representou um avanço crucial na área da cardiologia.

Nesse período, também realizamos a primeira transferência de tecnologia da pesquisa e produção de dispositivos médicos do âmbito estatal para o setor privado. Por meio de royalties provenientes das vendas de cada produto fabricado e comercializado, pudemos investir em novas pesquisas e no desenvolvimento de produtos inovadores. Retomamos nossas pesquisas. Esse pioneirismo culminou na criação do nosso Centro Técnico de Experimento.

A partir da década de 80, com a criação da Fundação Adib Jatene, houve um grande impulso no desenvolvimento de equipamento eletromédicos visando a sua comercialização.

Destacam-se os modelos de monitores cardíacos portáteis, monitores multiparamétricos, oxímetros de pulso (portátil e de mesa), desfibrilador cardíaco, monitor de Coagulação Ativada (MCA) para acompanhamento da heparinização de pacientes em cirurgia extracorpórea (CEC).

Neste período também foi lançada uma linha de bombas Infusoras que evolui com diversos modelos até os anos 2010.

Na primeira década de 2000 foi lançada a Spiral Pump, bomba descartável para circulação extracorpórea com a característica de apresentar baixa hemólise. Paralelamente, houve uma modernização dos equipamentos que já eram comercializados no mercado, bem como o lançamento de um termômetro digital de dois canais para uso em CEC e de um eletrocardiógrafo de 3 canais com tela de cristal líquido que logo evoluiu para um modelo portátil.

A evolução da telefonia celular para o 2G trouxe a transmissão de rádio por pacote, o sistema GPRS que permitiu transmitir pacotes de dados além da transmissão de voz e mensagens (SMS).

Em 2005, a Bioengenharia identificou uma janela de oportunidade para desenvolver um projeto inovador que utilizou o canal de dados do GPRS para transmitir um arquivo de 35k, interligando o eletrocardiógrafo de sua produção por uma conexão serial com um teclado padrão de automação comercial modificado para receber uma placa micro-controlada, especialmente desenvolvida, contendo um chip de telefonia celular permitiu criar um equipamento capaz de fazer a aquisição do sinal eletrocardiográfico do paciente em 12 derivações simultâneas e agregar as informações do paciente digitadas pelo operador como por exemplo: nome, idade, dados clínicos, queixas, entre outras, gerando um arquivo de 35k.

Este arquivo foi transmitido pelo canal de dados do GPRS, do ponto de coleta a um servidor de internet. Na central médica, os cardiologistas do IDPC, acessam o mesmo servidor e emitem o laudo o qual imediatamente fica disponível para ser impresso no ponto de coleta.

Com isto foi criada a primeira plataforma de Tele-eletrocardiografia do Brasil, capaz de emitir um laudo eletrocardiográfico em poucos minutos, independentemente do lugar onde foi realizado o exame, bastando haver sinal de celular.

Inovador à época o Sistema Tele-ECG, como é conhecido, tem recebido o apoio da Secretaria de Saúde – SP desde 2008, e após 16 anos ininterruptos continua operacional, uma solução de saúde pública bem sucedida que recebeu em 2010 o prêmio Mario Covas de Inovação.

Essas conquistas marcaram nossa trajetória de inovação e dedicação no desenvolvimento de produtos para a saúde, e continuamos comprometidos com a excelência e o aprimoramento contínuo, buscando sempre contribuir para a saúde e o bem-estar dos pacientes.